<font color=0093dd>Direita perderá maioria no Parlamento</font>
Convicto da derrota da direita nas próximas eleições, Jerónimo de Sousa afirmou no comício de Lisboa que «nem a escandalosa e abusiva utilização do aparelho de Estado para a sua campanha eleitoral» salvarão o PSD e o CDS.
«Quanto mais pesar a CDU, mais força terão os que aspiram à mudança»
Jerónimo de Sousa acusou os dois partidos no poder de serem co-responsáveis pela grave situação a que conduziram o país, «independentemente das manobras de última hora e dos esforços do CDS para fazer crer que é insignificante a sua responsabilidade na acção governativa e que todos os males e malfeitorias são apenas obra do seu parceiro de coligação».
«É a consciência dessa inevitável derrota que leva o CDS não só ao distanciamento prudente e calculista em relação à sua presença na governação, como claramente o leva a jogar já em todos os tabuleiros com o objectivo de se manter no poder. Com um pé ainda na actual coligação o CDS passou a dar sinais de que não enjeita a possibilidade de poder viabilizar uma nova solução de governo agora com o PS», afirmou.
O secretário-geral do PCP sublinhou a necessidade dos activistas da CDU mostrarem que os deputados eleitos pelo PCP e pelo PEV contribuem para colocar a direita em minoria na Assembleia da República: «Têm o duplo valor de, no plano político, criar condições muito mais favoráveis para uma política e soluções governativas de esquerda. Quanto mais pesar a CDU em votos e deputados, mais peso terá uma política de esquerda, mais força terão os que aspiram a uma verdadeira mudança.»
Jerónimo de Sousa abordou a «fantasiosa ideia da necessidade de uma maioria absoluta de um só partido que nestes últimos dias assumiu contornos de inadmissível chantagem sobre o eleitorado. Mistificações que pretendem, além do mais, levar os eleitores a pensar que os problemas que o País enfrenta radicam no sistema político e não nas políticas que foram realizadas.»
«Não se trata já e tão só da inocente cantilena da estabilidade para adormecer e iludir eleitores desprevenidos que já esqueceram o que significaram no passado as maiorias absolutas dos governos do PSD e do PS, mas da excessiva dramatização, com a perspectiva ameaçadora e inevitável do espectro de uma crise de regime, como afirma Manuel Alegre, para forçar a todo o custo uma maioria absoluta para o PS.
«Afirmações que combinam com a estafada acusação de que metemos "tudo no mesmo saco" ou de fazermos do PS o "inimigo" principal, omitindo deliberadamente que o primeiro objectivo eleitoral do PCP é colocar a direita em minoria. Aliás, dando coerência à luta do PCP que, ao contrário do PS, sempre colocou, na ordem dia, a urgente demissão do Governo de direita e nunca se conformou com possibilidade da direita governar até 2006.»
«Nós não metemos tudo no mesmo saco, mas era bom que alguns percebessem de vez que não fazemos política por rótulos ou contra rótulos e que em vez de se virarem contra o PCP e fazerem profissões de fé sobre a sua condição de esquerda, fizessem uma avaliação da política do PS baseados na avaliação dos factos e das realidades, sobre os seus conteúdos reais e concretos e a quem servem as alianças sem princípio que o PS tem seguido», sustentou.
PS defende políticas derrotadas
Jerónimo de Sousa declarou que a maioria absoluta do PS «significaria um cheque em branco a um programa de governo, como o que agora foi apresentado, que retoma e insiste nas idênticas políticas que foram derrotadas, que insiste e defende uma política orçamental marcada pelo cumprimento do Pacto de Estabilidade e dos seus critérios de redução da despesa pública, mantendo os trabalhadores da administração pública como bode expiatório das dificuldades com a sua proposta de redução de 75 mil empregos na função pública».
O programa eleitoral do PS desdobra-se «em juras de compromisso no combate à pobreza, mas não diz uma palavra sobre os baixos salários e a política salarial, ao mesmo tempo que se propõe aumentar a idade da reforma sob o simpático eufemismo de a aproximar “ao aumento da esperança de vida”. Insiste no caminho da privatização de funções sociais do Estado e de serviços públicos fundamentais à satisfação de necessidades básicas das populações. Fixa-se na questão da qualificação, questão sem dúvida importante, como solução de todos os problemas de crescimento, mas ignora a defesa do aparelho produtivo nacional como condição essencial de uma política de desenvolvimento.»
«É altura de o PS extrair as devidas lições da sua política. Não há maiorias absolutas, como a vida vem demonstrando, que garantam a estabilidade governativa aplicando as mesmas e desgastadas soluções e políticas de direita que o povo tem condenado sucessivas vezes», salientou.
Para Jerónimo de Sousa, as eleições do próximo dia 20 são a grande oportunidade para promover uma ruptura com tais políticas, «necessidade que se tornou um imperativo nacional face à grave situação do País. O PSD, o CDS e o PS não podem continuar a iludir as suas responsabilidades pela situação a que o País chegou com cíclicas e alternadas passagens de culpa entre si.»
«É preciso dizer, com toda a clareza, que o que tem levado à derrota e à fuga dos sucessivos governos, seja o do PS de Guterres, seja o de Durão Barroso, não foi nenhuma votação na Assembleia da República, mas sim porque se desgastaram e isolaram em resultado das suas políticas.»
Esclarecer sobre as «pseudo alternativas» de esquerda
O secretário-geral do PCP abordou as «pseudo alternativas e as falsas terceiras vias que, a coberto do discurso radical e moralista, deixam na penumbra a resposta a problemas essenciais que são suporte de uma verdadeira política alternativa de esquerda».
São «forças que, correndo atrás do foguetório mediático cuja agenda não controlam mas escrupulosamente acompanham, se auto-proclamam os mais genuínos representantes da “esquerda moderna”, como é o caso do Bloco de Esquerda que, dissertando acerca de tudo e de nada, passam a vida a apresentar propostas originais que têm anos de vida e de combate pela mão do PCP e da CDU, seja em relação à despenalização do aborto, seja ao combate aos off shores, à quebra do sigilo bancário, seja na exigência de uma política de saúde dirigida à toxicodepência».
Trata-se de forças «que tudo fazem para iludir e desvalorizar o insubstituível papel do PCP na quotidiana tarefa de anos e anos de árduo trabalho, quantas vezes invisível ou mediaticamente irrelevante, no apoio à luta dos trabalhadores, dos micro, pequenos e médios agricultores e empresários, dos reformados, das mulheres e dos jovens, na defesa dos seus mais genuínos interesses e que é o traço mais distintivo que nos separa daqueles que fazem da palavra fácil e à boca de cena o centro da sua actividade política, que são notícia e vivendo da notícia passando ao lado da vida real».
«Não há soluções alternativas à esquerda que deixem na sombra as causas do mal que atravessa a sociedade portuguesa e que fuja à clarificação do papel que o PS tem assumido na concretização de políticas de direita, como o faz o Bloco de Esquerda, branqueando o seu percurso e a sua prática política, para de seguida menorizar o papel do PCP como a principal e mais combativa força de oposição à política de direita.
É preciso dizer também que não há verdadeira alternativa de esquerda quando se aceita uma política de integração europeia, como o faz o Bloco de Esquerda, iludindo a sua orientação marcadamente federalista e neoliberal e que os sucessivos governos submissamente têm adoptado como suas», acrescentou.
«É a consciência dessa inevitável derrota que leva o CDS não só ao distanciamento prudente e calculista em relação à sua presença na governação, como claramente o leva a jogar já em todos os tabuleiros com o objectivo de se manter no poder. Com um pé ainda na actual coligação o CDS passou a dar sinais de que não enjeita a possibilidade de poder viabilizar uma nova solução de governo agora com o PS», afirmou.
O secretário-geral do PCP sublinhou a necessidade dos activistas da CDU mostrarem que os deputados eleitos pelo PCP e pelo PEV contribuem para colocar a direita em minoria na Assembleia da República: «Têm o duplo valor de, no plano político, criar condições muito mais favoráveis para uma política e soluções governativas de esquerda. Quanto mais pesar a CDU em votos e deputados, mais peso terá uma política de esquerda, mais força terão os que aspiram a uma verdadeira mudança.»
Jerónimo de Sousa abordou a «fantasiosa ideia da necessidade de uma maioria absoluta de um só partido que nestes últimos dias assumiu contornos de inadmissível chantagem sobre o eleitorado. Mistificações que pretendem, além do mais, levar os eleitores a pensar que os problemas que o País enfrenta radicam no sistema político e não nas políticas que foram realizadas.»
«Não se trata já e tão só da inocente cantilena da estabilidade para adormecer e iludir eleitores desprevenidos que já esqueceram o que significaram no passado as maiorias absolutas dos governos do PSD e do PS, mas da excessiva dramatização, com a perspectiva ameaçadora e inevitável do espectro de uma crise de regime, como afirma Manuel Alegre, para forçar a todo o custo uma maioria absoluta para o PS.
«Afirmações que combinam com a estafada acusação de que metemos "tudo no mesmo saco" ou de fazermos do PS o "inimigo" principal, omitindo deliberadamente que o primeiro objectivo eleitoral do PCP é colocar a direita em minoria. Aliás, dando coerência à luta do PCP que, ao contrário do PS, sempre colocou, na ordem dia, a urgente demissão do Governo de direita e nunca se conformou com possibilidade da direita governar até 2006.»
«Nós não metemos tudo no mesmo saco, mas era bom que alguns percebessem de vez que não fazemos política por rótulos ou contra rótulos e que em vez de se virarem contra o PCP e fazerem profissões de fé sobre a sua condição de esquerda, fizessem uma avaliação da política do PS baseados na avaliação dos factos e das realidades, sobre os seus conteúdos reais e concretos e a quem servem as alianças sem princípio que o PS tem seguido», sustentou.
PS defende políticas derrotadas
Jerónimo de Sousa declarou que a maioria absoluta do PS «significaria um cheque em branco a um programa de governo, como o que agora foi apresentado, que retoma e insiste nas idênticas políticas que foram derrotadas, que insiste e defende uma política orçamental marcada pelo cumprimento do Pacto de Estabilidade e dos seus critérios de redução da despesa pública, mantendo os trabalhadores da administração pública como bode expiatório das dificuldades com a sua proposta de redução de 75 mil empregos na função pública».
O programa eleitoral do PS desdobra-se «em juras de compromisso no combate à pobreza, mas não diz uma palavra sobre os baixos salários e a política salarial, ao mesmo tempo que se propõe aumentar a idade da reforma sob o simpático eufemismo de a aproximar “ao aumento da esperança de vida”. Insiste no caminho da privatização de funções sociais do Estado e de serviços públicos fundamentais à satisfação de necessidades básicas das populações. Fixa-se na questão da qualificação, questão sem dúvida importante, como solução de todos os problemas de crescimento, mas ignora a defesa do aparelho produtivo nacional como condição essencial de uma política de desenvolvimento.»
«É altura de o PS extrair as devidas lições da sua política. Não há maiorias absolutas, como a vida vem demonstrando, que garantam a estabilidade governativa aplicando as mesmas e desgastadas soluções e políticas de direita que o povo tem condenado sucessivas vezes», salientou.
Para Jerónimo de Sousa, as eleições do próximo dia 20 são a grande oportunidade para promover uma ruptura com tais políticas, «necessidade que se tornou um imperativo nacional face à grave situação do País. O PSD, o CDS e o PS não podem continuar a iludir as suas responsabilidades pela situação a que o País chegou com cíclicas e alternadas passagens de culpa entre si.»
«É preciso dizer, com toda a clareza, que o que tem levado à derrota e à fuga dos sucessivos governos, seja o do PS de Guterres, seja o de Durão Barroso, não foi nenhuma votação na Assembleia da República, mas sim porque se desgastaram e isolaram em resultado das suas políticas.»
Esclarecer sobre as «pseudo alternativas» de esquerda
O secretário-geral do PCP abordou as «pseudo alternativas e as falsas terceiras vias que, a coberto do discurso radical e moralista, deixam na penumbra a resposta a problemas essenciais que são suporte de uma verdadeira política alternativa de esquerda».
São «forças que, correndo atrás do foguetório mediático cuja agenda não controlam mas escrupulosamente acompanham, se auto-proclamam os mais genuínos representantes da “esquerda moderna”, como é o caso do Bloco de Esquerda que, dissertando acerca de tudo e de nada, passam a vida a apresentar propostas originais que têm anos de vida e de combate pela mão do PCP e da CDU, seja em relação à despenalização do aborto, seja ao combate aos off shores, à quebra do sigilo bancário, seja na exigência de uma política de saúde dirigida à toxicodepência».
Trata-se de forças «que tudo fazem para iludir e desvalorizar o insubstituível papel do PCP na quotidiana tarefa de anos e anos de árduo trabalho, quantas vezes invisível ou mediaticamente irrelevante, no apoio à luta dos trabalhadores, dos micro, pequenos e médios agricultores e empresários, dos reformados, das mulheres e dos jovens, na defesa dos seus mais genuínos interesses e que é o traço mais distintivo que nos separa daqueles que fazem da palavra fácil e à boca de cena o centro da sua actividade política, que são notícia e vivendo da notícia passando ao lado da vida real».
«Não há soluções alternativas à esquerda que deixem na sombra as causas do mal que atravessa a sociedade portuguesa e que fuja à clarificação do papel que o PS tem assumido na concretização de políticas de direita, como o faz o Bloco de Esquerda, branqueando o seu percurso e a sua prática política, para de seguida menorizar o papel do PCP como a principal e mais combativa força de oposição à política de direita.
É preciso dizer também que não há verdadeira alternativa de esquerda quando se aceita uma política de integração europeia, como o faz o Bloco de Esquerda, iludindo a sua orientação marcadamente federalista e neoliberal e que os sucessivos governos submissamente têm adoptado como suas», acrescentou.